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Exclusivo: Ex-chefe do Itamaraty fala sobre extradição de espião russo que atuava no Brasil

Espião

Sem alarde, o espião russo Sergei Shumilov foi enviado de volta para Moscou em julho de 2023. O ex-ministro Ernesto Araújo explica ao Paradoxo BR como funciona a operação

Nesta semana, foi revelado que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) extraditou Serguei Shumilov – identificado pelos agentes brasileiros como um espião infiltrado na agência federal russa ,Rossotrudnichestvo, responsável por “Assuntos de Colaboração com a Comunidade de Estados Independentes”, entre outras atividades. 

As informações publicadas pela Folha de S. Paulo apontaram ainda que a saída de Shumilov teria ocorrido em julho de 2023. A Abin descobriu o espião após rastrear seus passos pela internet. Todos as informações apuradas estavam relacionadas a eventos ocorridos em universidades brasileiras. Após a divulgação feita pela imprensa, a Abin decidiu não comentar sobre o caso oficialmente. O Ministério das Relações Exteriores também se absteve.

Na análise do ex-chefe do Itamaraty entre 2019-2021, Ernesto Araújo, o procedimento adotado pela inteligência brasileira foi pró-forma. Conforme o diplomata, o envio de espiões para seus países natais ocorre de forma discreta e sem incidentes entre as partes.

“Quando o espião identificado tem status diplomático, como era o caso de Shumilov, o procedimento normal é esse mesmo: simplesmente pedir que se retire do país (mais discreto) ou declará-lo persona non grata (mais chamativo). Não há como processar ou impor nenhuma punição”, explica Araújo.

Ernesto Araújo: “Seria importante saber quem o espião russo aliciou no Brasil”

O ex-ministro acrescenta que – assim como Shumilov – deve haver ainda muitos outros espiões infiltrados em embaixadas e outros órgãos baseados no Brasil, prestes a serem desmascarados.

“Ele (o russo) atuava desde 2018 no Brasil. Como ele, deve haver muitos outros. A Rússia provavelmente vem montando toda uma rede de espionagem e inteligência há anos. Os três espiões já identificados anteriormente – e agora este – indicam que a presença é muito grande”, reitera.

Ernesto Araújo complementa, que o ponto principal dessa história não foi ainda abordado: quais seriam os interesses reais e quem foi aliciado (envolvido na prática de espionagem) por Sergei Shumilov.

“Acho que o mais importante nessa história seria saber quem o russo aliciou no Brasil. Essas pessoas sim, precisam ser presas e julgadas”, conclui.

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