Eleições espanholas com decisão indefinida. Embora tenha conquistado o maior número de cadeiras no legislativo, o PP de Alberto Feijóo terá de conquistar mais alianças para que o país volte a ter um primeiro-ministro conservador
A primeira vitória dos conservadores na eleições da Espanha desde 2016 foi comemorada pelo líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, mas a conquista do maior número de votos no Congresso obtida no domingo (23) não deve ser suficiente para governar o país de forma majoritária.
Mais tarde, nesta segunda-feira (24), haverá ainda uma reunião com o rei Felipe VI da Espanha. Em seguida, representantes dos partidos vencedores disputarão o cargo de primeiro-ministro no Congresso, com votos de “sim ou “não”. Se não houver um ganhador, um segundo turno deve acontecer na quarta-feira (26).
Com 136 cadeiras a seu favor, o PP (Partido Popular) precisará converter alianças para obter o controle do legislativo. Por sua vez, o Vox – também de direita – só deve levar 33 cadeiras, o que obrigará a legenda vencedora a buscar mais apoio.
O entendimento dos analistas é o de que o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol – do atual primeiro ministro, Pedro Sánchez) deva compor mais facilmente uma coalisão. Com 122 votos obtidos nas urnas, a esquerda contaria ainda com o suporte imediato das 31 cadeiras do recém-fundado Sumar (uma fusão de 15 partidos menores de esquerda).
Eleições indefinidas: a matemática para dominar o Congresso
Do lado conservador, a hipótese mais especulada pelos espanhóis seria uma união entre PP, Vox, UPN (Union del Pueblo Navarro) e Coalición Canaria. Na totalização de cadeiras, a combinação deixaria a direita com 171 vagas.
Já na esquerda (atual governante) se consolidaria com PSOE, Sumar PNV (Partido Nacionalista Basco), BNG (Bloco Nacionalista Galego) CC (Coalición Canária), ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) e Bildu (Reunir País Basco). A união deessa composição somaria 173 vagas para a esquerda.
Ainda a hipótese de que PP e PSOE conquistem o apoio do Junts (Catalão) para formar maioria.