Efeito cascata. Dois bancos brasileiros decidiram interromper, ao menos momentaneamente, a concessão de crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação foi um reflexo da intervenção do governo Lula, que reduziu de forma artificial as taxas de juros de 2,14% para 1,7% ao mês.
O teto dos juros para o cartão de crédito consignado também foi alterado de forma arbitrária pelo governo, ficando de 3,06% para 2,62%.
As modificações nos juros tinham sido aprovadas na segunda-feira (13) pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), por 12 votos a 3, e agora aguardam publicação no Diário Oficial da União (DOU)
Três dias depois, dez bancos nacionais anunciaram que não irão mais oferecer crédito consignado, ao menos por enquanto. Essa modalidade de empréstimos, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), abrange mais de 14 milhões de clientes no país.
Efeito cascata na economia: ex-presidente da Caixa comenta decisão
O ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, usou suas rede sociais para comentar a respeito da intervenção do governo Lula no crédito consignado. Os comentários não foram positivos.
“Mais uma intervenção deste governo na economia: a redução do teto de juros no crédito consignado de 2,14% para 1,70% ao mês”, alertou Pedro Guimarães.
“Em um cenário onde as taxas de juros Selic se mantém em 13,75% ao ano, como explicar uma redução de mais de 20% nas taxas de juros do consignado?”, questionou o economista.
“Os bancos têm diversos custos operacionais, como agentes autônomos, além de problemas de inadimplência, e despesas administrativas. A consequência foi a interrupção da linha de crédito, que é o mais barato para a população”, concluiu.