Em agosto do ano passado, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou com todas as letras “que ele nunca tinha visto tanta mobilização no mundo empresarial”, se referindo à adesão pela chamada “carta em defesa da democracia” – um movimento de cunho esquerdista contra o governo Bolsonaro, liderado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP).
O documento, elaborado com a premissa de reviver os 45 anos do evento em repúdio ao regime militar, comprovaria mais tarde ser apenas um braço de apoio à candidatura à segunda reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disfarçado de “defesa do estado democrático de direito”.
A resposta à “mobilização democrática”, entretanto, veio da pior forma para o dono da Suzano. Oito meses depois, o proprietário da empresa de celulose foi vítima de um dos braços mais agressivos do petismo que ele e outas centenas de empresários ajudaram a eleger.
Na última segunda-feira (27), O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu três fazendas de cultivo de eucalipto pertencentes à empresa de Walter Schalka, localizadas nos municípios baianos de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas Após a invasão, o MST alegou que a propriedade estava “abandonada” há 15 anos.
Dono da Suzano fica sem respostas, após a “invasão democrática”
A “invasão “democrática” da Suzano não foi comentada por Walter Schalka. Porém, foi preciso acionar a justiça para realizar o trabalho de desocupação dos invasores.
Não fomos informados se o “momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições” destacado na “carta pela democracia” assinada pelo dono da Suzano, incluía o perigo do MST retomar as invasões que se encerraram durante os últimos quatro anos. Os brasileiros aguardam pela resposta.
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