Bons companheiros. Nem mesmo as denúncias de crimes contra a humanidade apontadas pela ONU forçaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a criticar com veemência o ditador Daniel Ortega.
A nova proposta do administração petista ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas foi “o estabelecimento de um diálogo construtivo” com o regime da Nicarágua de Ortega.
Apresentada nesta terça-feira (7) pelo embaixador brasileiro em Genebra, na Suíça, a proposta diplomática para tentar solucionar o problema na Nicarágua não conta com qualquer menção ou condenação à prática de violação dos direitos humanos pelo ditador.
Ditador Daniel Ortega escapa das críticas na ONU
Durante a sessão, o embaixador Tovar da Silva Nunes tentou passar a impressão de que “o Brasil está vigilante”, mas sem qualquer menção direta a Daniel Ortega. Em contrapartida, o diplomata afirmou “que poderá receber refugiados” do regime ditatorial que neste ano até já proibiu procissões de Páscoa.
“O governo brasileiro acompanha os acontecimentos na Nicarágua com grande atenção e está preocupado com os relatos de sérias violações dos direitos humanos e restrições ao espaço democrático naquele país”, disse Tovar. “Em particular, execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos”, finalizou o embaixador.
Conforme o Paradoxo BR já mostrou, o governo Brasileiro não quis participar de protesto oficial da ONU, contra os crimes contra a humanidade cometidos por Daniel Ortega. Os principais apoiadores do documento contam com o apio de Canadá, EUA, Alemanha e França, além de países comandados por líderes progressistas de Chile e Peru. No total, 50 nações foram signatárias.