A Disney está realmente em crise ou seria uma nova estratégia de negócios a ser aplicada no ano da comemoração de seu centenário?
A gigante de entretenimento norte-americana acaba de anunciar que demitirá milhares de funcionários em todo mundo. Apesar das baixas, a companhia fundada pelo visionário norte-americano Walt Disney em outubro de 1923 continua poderosa no mercado da cultura pop brasileiro, graças a uma série de benefícios fiscais, como os garantidos pela Rouanet. A lei que prevê renúncias fiscais em troca de compartidas ganhou muito fôlego com a posse da ministra Margareth Menezes, indicada por Lula.
Nos próximos meses, dois espetáculos que levam o selo oficial da Disney poderão captar um total de R$ 8,6 milhões por meio da Lei Rouanet. As produções aprovadas pelo ministério da Cultura são Disney On Ice e Disney, Magia e Sinfonia.
De acordo com o a Lei 8.312/1991, todos os projetos culturais aprovados pela Secretaria de Fomento e Economia da Cultura poderão ser oferecidos à iniciativa privada, que ganhará abono de parte do imposto de renda se decidir banca-los. Desta forma, o governo federal fica sem receber a arrecadação, que é revertida em recursos para produtores e artistas.
Disney confirmou a demissão de milhares de funcionários para conter gastos
Na semana passada, a Disney anunciou que irá cortar pelo menos 7 mi colaboradores em todo o mundo. A decisão foi justificada como uma tentativa de cortar custos, e representará a demissão de 3,2% do efetivo profissional da empresa, que corresponde hoje a cerca de 220 mil funcionários. Com a medida, a empresa ainda espera economizar US$ 5,5 bilhões somente em 2023, além da expectativa de equilibrar os gastos anuais para uma média de US$ 3,0 bilhões.
Aposta na ‘indústria da “lacração’
Especialistas em conteúdo de entretenimento conservador acreditam que parte do fracasso da Disney nos últimos meses se deve à aposta de políticas identitárias usadas na produção de filmes e séries.
Apesar de já ter sido alertada sobre o excesso de política em seus produtos, a The Wald Disney Company continua apostando suas fichas nessa modalidade de guerra cultural.
O mais recente produto desse segmento é a série de vídeos de curta duração “Vozes da Diversidade”, que reúne 10 histórias contadas por brasileiros, que revelam “suas trajetórias inspiradoras relacionadas à diversidade e representatividade”.
De acordo com a Disney, cada vídeo focará em histórias reais com conteúdo “sobre empoderamento de pessoas com deficiência, LGBTQIA+, afrodescendentes e pessoas neuro divergentes”.
No ano passado, o hoje ex- CEO da Disney, Bob Chapek, declarou durante o evento Reimagine que a empresa atuaria como aliada dos movimentos defensores da ideologia de gênero. Depois de se desculpar por não ter tomado partido de antemão, Chapek afirmou que “Estamos comprometidos em garantir que nossa empresa viva os seus valores”.