Discurso do líder petista resgata projetos incompletos, de duas décadas, e mira adversários políticos, além do futuro da iniciativa privada
“O Brasil Voltou” foi o slogan usado pelo governo federal para marcar o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se o país voltou – seja para qual lugar seja – não se sabe ao certo. O que é entendido, é que Lula e seus parceiros que voltaram à cena do crime – parafraseando o vice-presidente, Geraldo Alckmin – continuam firmes na tentativa de cumprir promessas, como a de censurar a mídia, além de repetir projetos aplicados há mais de 20 anos (e que nunca foram concluídos) como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
“A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo neste país”, defendeu. “Foi a verdade que derrotou o ex-presidente da República.”, berrou Lula no discurso da festa do 1º de Maio, em São Paulo, com a presença de líderes sindicalistas e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A frase é emblemática, e reforça o apoio petista ao PL 2630 – o projeto de lei da Censura. De fato, mais parecia uma cena do filme “Feitiço do Tempo”, que todo mundo já deve ter assistido – e se sentido trancafiado no passado.
Lula também não se esqueceu de lembrar do 8 de Janeiro – e das imagens que ele mesmo decretou sigilo, antes de Alexandre de Moraes liberar após o chefe do GSI aparecer passeando nos corredores do Palácio do Planalto.
“Todas as pessoas serão presas, porque esse é um país de democracia de verdade”, assim disse o libertado de Curitiba porque o ministro Edson Fachin (STF) assim disse: “foi um erro de CEP”. Será que todos serão presos, ou os amigos do rei terão passe livre?
Discurso de Lula é uma ode contra a iniciativa privada
Aproveitando o embalo dos versos do populismo – e do decreto assinado na segunda-feira (1º) – Lula voltou a falar que uma lei assinada por ele irá garantir que a mulher ganhe o mesmo que o homem. Sem lembra que empresas privadas premiam o desempenho, não o gênero.
“Faz pouco tempo, no dia 8 de março, fizemos um projeto de lei que mandamos para o Congresso. Pela primeira vez, a gente vai garantir de verdade, sem vírgulas e sem ponto, que a mulher tem de ganhar o mesmo salário do homem se ela tiver um trabalho igual.”, esbravejou.
Mais promessas povoaram o discurso lulista do 1º de Maio. Farmácias populares, comparações com o governo Bolsonaro e a repetição da palavra democracia. Com tantas leis que miram travar a criação de empregos e a iniciativa privada, e a repetição de que os inimigos políticos serão perseguidos, ficou transparente que Lula e o PT não tem um plano B.
A democracia vai acontecer em seu governo, nem que seja na marra.