Antes de voltar ao PT, Marta Suplicy afirmou que Dilma Rousseff “paralisou o país” e que partido de Lula liderou esquema de “corrupção endêmica”
A eventual candidata à vice-prefeita de São Paulo na chapa com Guilherme Boulos (PSOL), a ex-senadora e também ex-prefeita da capital paulista, Marta Suplicy (PT), foi responsável diretamente pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Marta – que havia deixado o partido alegando não poder conviver com casos de corrupção – trocou o Partido dos Trabalhadores pelo MDB do então vice-presidente da República, Michel Temer e optou por votar a favor da saída de Dilma da chefia do Executivo.
Em entrevista ao El País na época do processo de impeachment, Marta justificou alguns dos motivos que a levou deixar o Partido dos Trabalhadores e apoiar o impeachment da ex-colega de legenda.
“E tem uma diferença entre o PT e o PMDB: no PT, foi ficando cada vez mais evidente o uso do recurso público para uma organização partidária, endêmica, sistêmica”, destacou Marta. “O partido perdeu o rumo dos seus objetivos iniciais e teve como meta a manutenção do poder. O projeto para o Brasil virou secundário. No PMDB, tem gente investigada, mas não tem essa canalização para uma permanência no poder. São pessoas que usam, ou não usam [recursos públicos], agora as investigações estão em curso… Então é uma diferença grande”, reiterou a então senadora.
Marta descartou irregularidades e possível “golpe” contra Dilma
Ao ser questionada sobre um eventual golpe sofrido por Dilma, Marta reiterou que o processo contra a petista foi realizado de forma totalmente legal.
“Acredito que a comprovação jurídica ficou absolutamente clara. Que foi feito de propósito e escondidos os gastos a mais do Congresso Nacional para poder usar um recurso que não teria condição econômica de usar. E isso está claríssimo. E fora juridicamente, politicamente, se não ocorrer o impeachment ela volta, certo? Mas ela volta pra fazer o quê? O que ela vai fazer? A Dilma paralisou o Brasil, ela não conseguia mais se mexer”, destacou.