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O que a cassação de Dallagnol revela sobre as armadilhas da política nacional

Dallagnol: vítima ou ferramenta do sistema? Gabriel Viaccava junta as peças do quebra-cabeça político nacional e oferece alternativas para a conclusão do caso

Em um momento conturbado da política brasileira, o caso Deltan Dallagnol tem gerado uma série de conjecturas sobre a cassação do seu mandato como deputado federal pelo Podemos.

Em uma perspectiva racional, podemos chegar a três conclusões lógicas que nos ajudam a entender melhor os acontecimentos por trás do imbróglio.

A primeira delas, é que a cassação de Dallagnol possa ter sido uma forma de demonstrar “boa fé do Judiciário” em relação ao Executivo.

Essa atitude poderia ser comparada a um presente típico da máfia italiana – a Cosa Nostra – para demonstrar solenidade a um novo parceiro.

Nesse sentido, a cassação de Dallagnol seria uma maneira de fortalecer as relações e compromissos entre as duas esferas do poder público.

A segunda hipótese é que Dallagnol possa ter sido eliminado sumariamente do Congresso na forma de “um recado” para os que são considerados “barulhentos”. Ao mirar os mais moderados, e que nem ao menos fazia parte dos mais radicais, a mensagem tende a ser mais clara: o poder pode cortar a cabeça do mais forte sem fazer cerimônia.

“Uma atitude comparada a um presente típico da máfia italiana – a Cosa Nostra – para demonstrar solenidade a um novo parceiro.

Esse acontecimento gera uma grande ressonância psicológica, causando medo em membros do congresso. Afinal, já tivemos um deputado preso por “parlar”, e agora, outro congressista que sequer parlou perdeu justamente seu mandato como parlamentar.

Por fim, é possível argumentar que a cassação de Dallagnol tenha sido uma jogada puramente política – com o objetivo de transformar o “presidente” em um herói nacional. Isso geraria diversos atos de comoção e um apelo emocional gigante que poderia ser explorado no período eleitoral.

Essa hipótese criaria um vazio entre os eleitores que não se identificam com a direita nem com a esquerda. Mais. Também poderia gerar a necessidade de criar um “pobre coitado” para representar a terceira via.

Como sabemos, vítimas sempre ganham a atenção popular quando exploradas da maneira correta…

Em tempo. É fundamental deixar todas as cartas na mesa, lembrar quem esteve ao lado de quem durante a jornada e ponderar sobre qual seria a posição de cada um dos atores do jogo político.

Também é válido lembrar quem apoiou decisões arbitrárias do STF “por amor à argumentação”, (do direito) que garante criar possibilidades do contexto no qual o caso Dallagnol está inserido. Sem falar das possíveis implicações desses acontecimentos para o cenário político brasileiro.


Gabriel Viaccava

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