Crianças em perigo. A semana começou com mais um escândalo envolvendo nossos pequenos. A imagem do vídeo que viralizou na internet na segunda-feira revelou o “santo” Dalai Lama um vídeo pedindo que um garoto o beijasse – e o chupasse – na língua.
O registro, ao contrário das aparências, não era novo. Ele havia sido feito em fevereiro, quando o líder budista de 87 anos – e vencedor do Nobel da Paz – se encontrava na cidade de Dharamshala, participando de um evento.
Ao viralizar por sites de notícias de todo o planeta, vieram as desculpas oficiais, apontando que o religioso “lamentava o ocorrido”.
“O Dalai Lama (que se chama, na verdade Tenzin Gyatso) deseja se desculpar com o menino e sua família, bem como com seus muitos amigos em todo o mundo, pela dor que suas palavras podem ter causado”, afirmou o comunicado.
“Sua Santidade costuma provocar as pessoas que conhece de maneira inocente e divertida, mesmo em público e diante das câmeras”, ressaltou a mensagem.
Para quem tem filhos – e segue os ensinamentos cristãos – o pedido de desculpas do Dalai Lama ficou longe de ser convincente. Afinal, se é mesmo algo “tradicional”, conforme diz a mensagem enviada por representantes do religioso – para que se desculpar pelo ocorrido?
Crianças sem proteção e o silêncio que nos agride
Apesar da incoerências a solicitação tende a ser menos dolorida do que o silêncio das instituições. A Organização das Nações Unidas, por exemplo, não publicou nenhum comunicado oficial pela Unicef (o braço da ONU para os assuntos infantis), condenando a prática, que não é segredo, é vista como prática de abuso infantil.
Em um mundo povoado por violência – e os recentes ataques às escolas ocorridos no Brasil – o incidente envolvendo o Dalai Lama só contribuiu para aumentar o peso em nossos corações. Tanto pelo ato, como pela falta de pedidos mais enérgicos da mídia e representantes religiosos par uma punição severa aos envolvidos.
No site do Vaticano, por exemplo, ainda não encontramos qualquer menção do líder da igreja católica contra o ato, tão vil contra nossos pequenos.
O Papa Francisco, que recentemente apareceu em um programa de TV em sua terra natal, elogiando líderes brasileiros envolvidos em escândalos de corrupção, poderia ter ao menos ter mostrado a indignação que todo católico, todo cristão, sentiu ao ver as imagens do Dalai Lama e da criança.
O mesmo vale para nós jornalistas. Até o momento, não viralizaram
editorias condenando a prática do Dalai Lama. Apenas matérias onde psicólogas entrevistadas por jornalistas afirmaram que “a prática também é comum entre outros líderes religiosos”.
Ao contrário da maioria, o Paradoxo BR sentiu-se obrigado a manifestar todo o seu repúdio contra atos de líderes que são vistos como santos, mas que de santos nada têm.
Protejam nossas crianças – é o nosso único apelo.