Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o fotógrafo da Reuters, Adriano Machado, disse ter sido ameaçado e cumprimentou um dos invasores por “temer por sua vida”. A declaração diverge das imagens vazadas para a CNN
O repórter fotográfico da agência de notícias Reuters, Adriano Machado, prestou depoimento à CPMI do 8 de Janeiro nesta terça-feira (15) e contou sua versão sobre a presença no Palácio do Planalto no dia das invasões. O relato do fotojornalista aparenta ser diferente do que mostraram as imagens divulgadas pela CNN em 19 de abril.
Segundo Adriano Machado, exatamente às 15h45 do 8 de janeiro, ele permaneceu durante dez minutos no Palácio do Planalto, tentando agir de forma discreta. Após sua presença ser questionada pelos manifestantes, um dos vândalos teria pedido par que ele se livrasse das imagens registradas no local.
“Às 15h45, percebi que uma pessoa foi ao gabinete da Presidência. Permaneci no local de maneira discreta. Às 15h55, outras pessoas chegaram ao local e forçaram a entrada na porta de vidro. Como profissional, registrei aquele momento de forma discreta. Na porta de saída, um deles me abordou e pediu para eu apagar as fotos. Após confirmar que tinha apagado algumas fotos, ele me cumprimentou.. Temia pela minha vida”, declarou.
Pelo que se pode observar nas imagens vazadas e exibidas pelo canal por assinatura CNN Brasil, o fotógrafo Adriano Machado parece interagir em parceria com o grupo de invasores. Em certo momento, ele saca a câmera e registra um chute “ensaiado” à porta do gabinete da presidência. Após fazer a foto, ambos se cumprimentam de forma amistosa.