Na volta da CPI do MST, o general G. Dias afirmou que “nunca havia comentado” sobre invasões de propriedades com Lula. “Se eu soubesse, teria levado ao presidente”, afirmou o ex-GSI
Embora tenha obtido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus que garantia a permanência em silêncio na CPI do MST na Câmara dos Deputados, o ex-ministro do GSI, general G. Dias, optou por responder a alguns questionamentos dos deputados na sessão desta terça-feira (1º). A participação da “sombra de Lula”, entretanto, acrescentou pouco às investigações da comissão.
Ao ser questionado pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) sobre ter recebido alertas da Agência Brasileira de Inteligência sobre invasões de propriedades do grupo terrorista, G. Dias afirmou, usando palavras rebuscadas, não ter sido avisado em nenhuma oportunidade.
“Nos 38 dias que a Abin ficou sob gestão do Gabinete de Segurança Internacional eu não recebi nenhum relatório concernente ao assunto em epígrafe”, afirmou G. Dias, explicando que os boletins chegam primeiro ao chefe de gabinete, após análise da Agência Brasileira de Inteligência.
CPI do MST é marcada por debate entre Ricardo Salles e G. Dias
Descontente com a resposta do ex-GSI, o deputado Ricardo Salles concluiu que a situação aparentava “ser mais grave do que parecia” e perguntou a G. Dias se o tema da invasão de terras não chegou a ser debatido com o presidente Lula.
“O senhor, como ministro da mais alta cúpula, não é possível que o assunto não tenha sido assunto seu com o presidente da República”, ressaltou Salles.
“Se assim for, a situação é mais grave do que parece. O ministro não dá uma palavra ao presidente da república e ele não pergunta a um ministro sobre um assunto tão grave?, questionou.
“Eu não posso comentar sobre algo que nunca fui informado”, rebateu o ex-GSI. “Isso deve ser perguntado ao presidente (Lula) e ao ministro do Desenvolvimento Agrário (Paulo Teixeira). Não posso falar sobre algo que não conheço”, completou.
Após o fim da resposta, Salles insistiu. “Eu só quero um sim ou não. O senhor não comentou sobre invasões de propriedade com Lula?”.
“Não tratei porque não tinha conhecimento. Se fosse, eu teria levado ao presidente”, finalizou G. Dias.