Além da CPMI do 8 de janeiro, a CPI do MST também corre riscos de não ser instalada na Câmara dos deputados. A informação chega de fontes dentro do próprio parlamento.
Embora o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) tenha sinalizado que a comissão parlamentar de inquérito possa acontecer para investigar ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e seu líder, João Pedro Stédile, movimentações nos bastidores tentam minar a sua execução.
“A decisão está nas mãos do Lira, só ele pode instalar. Porém, o MST tem agido para que isso não aconteça”, apontou a fonte ao Paradoxo BR.
“O MST é esperto. Conseguiu tirar o primo do Arthur Lira do Incra de Alagoas. Justamente, para deixar (o presidente da Câmara) de saia justa em qualquer ação”, analisou.
“Isso foi feito para ser compreendido, como retaliação ao MST, por ter retirado qualquer ameaça de CPI. Vamos ver como vai caminhar”, comentou a fonte no Congresso.
O evento que pode influenciar a instauração da CPI do MST, referido nesta reportagem, ocorreu após a invasão da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Maceió, estado do Alagoas.
Após acamparem no local em 11 de abril, lideranças do MST exigiram a saída de Wilson César de Lira Santos, primo do deputado. No lugar de Lira Santos, os membros do movimento pleitearam a entrada de Ubiratan Resende Santana, funcionário de carreira do Incra.
CPI do MST: deputado permanece confiante na instalação
O criador da CPI do MST, deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) afirmou que continua trabalhando para que a comissão seja instalada na Câmara “o mais breve possível”.
“Já temos todos os motivos para instalar a CPI do MST. É inadmissível que este governo não atue fortemente contra essas invasões. Já são quase 40 invasões. Eles já invadiram o mesmo que em 4 anos de governo Bolsonaro. O que eles estão esperando para a gente instalar essa CPI? Alguma morte?”, questionou o parlamentar.
