A comitiva russa a caminho do Brasil tem tudo para escrever mais um capítulo da nova e confusa guerra fria. O Irã foi o primeiro país a gerar polêmicas na esfera diplomático internacional nas primeiras semanas do governo Lula. Agora, chegou a vez da Rússia levantar suspeitas sobre a visita de um de seus representantes diplomáticos ao Brasil, marcada para a semana que vem.
O nome do momento é o ministro das relações exteriores russo, Sergei Lavrov, que deve chegar ao país na próxima segunda-feira (17). A visita do chanceler já havia sido antecipada na semana passada, quando o assessor especial de Lula, Celso Amorim, visitou o país de Vladimir Putin. Junto com Lavrov, mais 18 representantes farão parte da comitiva na visita ao Palácio do Planalto, e que já tem gerado debates entre aliados da Ucrânia.
Embora o número de integrantes da missão russa não seja dos menores, o que mais chama atenção sobre o encontro é o conteúdo “secreto” que Lavrov trará em sua aeronave. Segundo o Latin America Insider, cinco toneladas de uma carga não identificada devem chegar embarcadas em um avião Ilyushin IL-76 das Forças Aeroespaciais da Rússia.
No conteúdo divulgado pelo site americano, a matéria especula que os containers russos possam conter “barras de ouro, equipamento de inteligência ou dinheiro não declarado na receita”.
Por conta disso, parlamentares brasileiros cogitam interrogar o Itamaraty a respeito da reunião entre os diplomatas da Rússia e o governo federal.
Comitiva russa no Brasil: declarações de Lula causaram reações negativas na Ucrânia
Como o Paradoxo BR mostrou, as declarações recentes de Lula sobre a guerra com a Rússia – sugerindo que o presidente Volodymyr Zelensky entregasse a Putin a Crimeia – geraram desconforto entre membros da diplomacia e do governo ucraniano.
“A Ucrânia agradece pelos esforços do presidente do Brasil para encontrar uma solução para impedir a agressão russa”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko.
“Ao mesmo tempo, devemos afirmar claramente: a Ucrânia não negocia seus territórios. Não há razão legal, política ou moral para que devamos desistir de um centímetro de terra ucraniana”, reforçou.