Combustíveis mais baratos, mas na “canetada”. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que a Petrobras não irá mais adotar a tradicional Paridade de Preços Internacionais (PPI) para calcular os valores de gasolina, etanol e diesel. A base de precificação era usada desde 2016, no governo de Michel Temer (MDB-SP), após a Petrobras sofrer os maiores prejuízos da história, por conta o esquema de corrupção conhecido como Petrolão.
A intenção do governo Lula será de não mais se espelhar na variação do barril de petróleo no exterior, trocando o sistema de cálculos para um novo padrão: o Preço de Competitividade Interno (PCI). Se alterado conforme deseja o ministério das Minas e Energia, o diesel perderia, logo de cara, entre R$ 0,22 e R$ 0,25 o preço do litro.
“A Petrobras vai continuar sendo respeitada na sua governança e na sua natureza jurídica”, garantiu Alexandre Silveira. “Mas nós vamos exigir da Petrobras, como controladores, que ela respeite o povo brasileiro. Que ela cumpra o que está na Constituição Federal, com a sua função estatal, que é criar um colchão de amortecimento nessas crises internacionais de preço dos combustíveis”, apontou o ministro de Lula.
Combustível terá valor de cálculo alterado
Como o Paradoxo BR mostrou, a intenção de derrubar o sistema de precificação dos combustíveis já tinha sido divulgada amplamente pelo governo federal.
No início de março, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, dizia que a Paridade de Preços Internacionais seria abandonada.
“Aqui, como Petrobras, só me cabe dizer o seguinte: a empresa vai praticar preços competitivos, de mercado nacional, do mercado dela, conforme ela achar que tem que ser, para garantir a sua fatia de mercado em cada lugar que ela estiver presente”, declarou Prates.
“Deixar entrar concorrentes e aplicar preço abstrato para favorecê-lo não é o certo. Temos produção e refino no Brasil e precisamos usar isso a nosso favor”, garantiu o presidente da Petrobras. “Não seguir o PPI não quer dizer que a Petrobras vai se afastar da referência internacional. A Petrobras vai praticar o preço do mercado em que estiver atuando”, garantiu.