Centrão – maior responsável pela vitória com folga na aprovação da reforma trabalhista – já atua forte nos bastidores para cobrar a conta de Lula
A atuação contundente de Arthur Lira (PP-AL) para movimentar o centrão a favor da reforma tributária pode ter um preço alto para o governo Lula. Os quase R$ 8 bi pagos pelo petista aos deputados às vésperas da votação do substitutivo da PEC 45/2019 devem custar ao executivo vagas que hoje são ocupadas por ministros escolhidos pelo ‘presidente”. O trabalho do Centrão também foi visto na fácil votação a favor de Lula para o Carf (Conselho administrativo de recursos fiscais).
Informações que circulam pelos corredores de Brasília indicam que a dança das cadeiras nos ministérios não irá se resumir no Turismo, com a troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino – ambos do União Brasil.
Centrão está de olho nos Esportes e Desenvolvimento Social
O antigo toma-lá-dá-cá da velha política deve continuar em pelo menos duas pastas. Em troca, o superbloco comandado pelo presidente da Câmara e os demais partidos do centro continuariam a aprovar “sem ler” as matérias defendidas pelo governo.
Os rumores apontam inicialmente para os ministérios dos Esportes, controlado pela ex-jogadora de vôlei, Ana Moser, e Desenvolvimento Social, atualmente comandado por Wellington Dias (PT). Dias é há décadas um dos fiéis escudeiros lulistas no Piauí, estado que governou.
Por ter garantido quase toda sua representatividade na casa em apoio à reforma tributária, o partido Republicanos teria exigido a saída de Moser para a entrada do ex-deputado federal Silvio Costa Filho, que já foi vice-líder de seu partido, quando o Republicanos se chamava PRB.
Por sua vez, o PP de Lira quer emplacar um nome do Desenvolvimento Social. Ele seria o do deputado André Fufuca, líder dos Republicanos na Câmara.