CCJ x Dino. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA) foi convidado pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados para presentar esclarecimentos sobre sua agenda no Complexo da Maré. O resultado da audiência aparentemente não surtiu os efeitos que oposição desejava.
Presidida pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP), a CCJ forneceu poucos subsídios aos parlamentares de oposição, com destaque para André Fernandes (PL-CE), que ainda acabou ironizado por Dino, gerando um longo bate-boca com deputados governistas.
Flávio Dino mostrou frieza ao responder as perguntas, e ainda tentou reverter as acusações, diversas vezes, obtendo sucesso.
“É uma honra estar aqui no plenário onde exerci o mandato de Deputado Federal”, agradeceu Dino, antes de responder aos questionamentos da CCJ.
Após discorrer sobre feitos de sua pasta no trimestre, Flávio Dino defendeu o modo como o STF atuou contra os prisioneiros políticos de 8 de Janeiro, e dos detidos no dia seguinte à invasão das sedes dos três poderes, em Brasília
“(foram) Pessoas que engendraram violência para invadir, destruir e matar. E essas pessoas estão sendo julgadas pelo judiciário, não é pelo governo não”, se esquivou.
Ao mencionar sua ida ao Complexo da Maré a convite de uma ONG, Flávio Dino repetiu o que já havia dito pelas redes sociais.
“Fomos lá para marcar o lançamento do Pronasci 2. Ainda este ano, o governo irá pagar 100 mil bolsas de 900 a policiais pelo sistema único de segurança”, afirmou Flávio Dino.
Ao ser questionado pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) sobre a ida à favela carioca, o ministro rebateu, dizendo que políticos cariocas estão acostumados “a ir à favelas e à periferia em ano de eleição”.
“Todos os parlamentares do Rio do Janeiro já foram ao Complexo da Maré. Quando chega campanha eleitoral todos vão às favelas e periferias, e não se fala em crime organizado”, rebateu. “O que vocês querem é criminalizar aquela população e isso não vou concordar”, ameaçou o ministro.
CCJ: Complexo da Maré lidera distribuição de drogas na região, diz oposição
Após Jordy reforçar sua crítica à missão de Dino ao Complexo da Maré, apontando que a região “é uma das maiores fornecedoras de drogas para Niterói, Baixada Fluminense e Região dos Lagos”, Dino desmereceu a acusação e ainda reafirmou que irá processar deputados da oposição.
“Não se pode confundir liberdade com abuso do direito de expressão. Mantenho o que disse. Imunidade parlamentar é uma instituição constitucional e não pode ser usada como escudo. Fui chamado de quadrilheiro e concordo com isso? Eu não concordo, concluiu Flávio Dino.
A deputada federal Caroline De Toni (PL-SC), por sua vez, reclamou da omissão de Dino, em relação ao caso do assassinato de uma professora de 71 anos por um adolescente de 13 anos em uma escola paulista. A parlamentar, entretanto, lembrou que Flávio Dino defendeu a regulamentação das redes sociais.
“O parlamento já disse ‘não’ à urgência do PL das Fake News. Querer criminalizar opiniões fere a democracia”, apontou Caroline De Toni.
O deputado André Fernandes (PL-CE) se manifestou em relação ao caso de mensagens apreendidas pela Polícia Federal, onde o PT e Lula são citados mais de uma vez, inclusive em um endereço de e-mail de um dos investigados.
CCJ: Flávio Dino culpa Bolsonaro
Flávio Dino jogou a responsabilidade sobre a investigação do PCC para o presidente Jair Bolsonaro. “Bolsonaro era o presidente em 2019, em 2020, em 2021…e ele nada fez. Por isso, peço moderação (sobre a acusação). O sr. deputado, por exemplo, é investigado no STF. Ser investigado não é ser culpado”, afirmou Dino.
Após terminar sua fala, Dino abriu um sorriso – ação que provocou reação no deputado. André Fernandes, imediatamente, rebateu a acusação, referente ao inquérito aberto pelo STF que acusa o deputado e outros parlamentares de terem incitado os eventos de 8 de janeiro.
Em seguida, o parlamentar governista Duarte (PSB-MA) aproveitou o tumulto para debochar do pedido de CPMI para investigar os atos de Brasília
“André Fernandes é investigado pelo STF por incitar os atos de 8 de Janeiro e ainda questiona a leitura da CPMI”, ironizou o deputado maranhense.
Uma resposta
Avisa esse sapo gordo que ele não engana ninguém, querendo culpar Bolsonaro por não investigar o PCC nos anos que ele era Presidente, pergunta a ele se ele esqueceu que o STF proibiu de entrar nas comunidades nessa época