Casa Branca repreende falas de Lula sobre a situação social e econômica da Venezuela. Juan González ainda elogiou presidentes do Uruguai e Chile por criticarem Maduro
O principal nome do governo Joe Biden para os assuntos da América Latina, Juan González, criticou as declarações do ‘presidente’ Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Nicolás Maduro. Segundo González – que inclusive esteve na posse de Lula, em janeiro – as atrocidades cometidas por Maduro não podem ser “relativizadas”.
“Podemos debater sobre a política de sanções, além de promover o diálogo, mas temos que identificar as coisas como elas são”, destacou o representante norte-americano.
“As questões ligadas à Venezuela não podem ser tratadas como relativas, mas sim, como absolutas”, completou González, se referindo aos casos de perseguição a opositores, miséria e crescente número de refugiados.
Juan González ainda destacou o papel dos presidentes do Uruguai e Chile, nas críticas feitas ao ditador Nicolás Maduro durante reunião da Unasul – órgão criado pelo também venezuelano, Hugo Chávez.
“Os dois líderes lembraram que existem certos princípios pelos quais muitos na região morreram para defender”, apontou o diplomata, se referindo a Gabriel Boric (Chile) e Luis Lacalle Pou (Uruguai).
Casa Branca sobe o tom contra “relativização” da tirania na Venezuela
Durante o encontro bilateral com Nicolás Maduro na última segunda-feira (29), em Brasília, Lula disse que a Venezuela – e Nicolás Maduro – são acusadas de serem antidemocráticos de forma mentirosa. O petista, então, pediu ao ditador venezuelano que criasse “sua própria narrativa” a respeito da conjuntura política.
“Eu vou em lugares que as pessoas nem sabem onde fica a Venezuela, mas sabem que a Venezuela tem problema na democracia. É preciso que você construa a sua narrativa e eu acho que, por tudo que conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor do que a que eles têm contado contra você”, declarou Lula.
