Passividade, corporativismo, e inoperância: motivos mais que suficientes para uma carta aberta ao General Humberto Mourão, hoje senador da República – Artigo de Gabriel Viaccava
Caro Senhor General Mourão:
Honra e coragem são coisas que o senhor jamais passará perto de compreender o verdadeiro significado. Portanto, não se atreva a usar essas virtudes como se fossem familiares a si! O senhor cagou no tabuleiro, estragou o jogo e ainda quer falar em decoro? Muito bem, o tratarei com a devida vênia.
Vossa Excelência conseguiu demonstrar incompetência, covardia e uma completa falta de respeito para com a população, algo jamais visto na história do Brasil.
Age como um parasita, vivendo dos nossos impostos, e tem a petulância de acreditar que é superior ao resto da população.
É hora de encarar a realidade: não passa de um generalzinho aposentado que contribuiu para entregar o país a uma narcoditadura. Hoje, como senador, continua parasitando ainda mais o povo – esse sim, verdadeiramente honrado, mesmo que muitas vezes ignorante em sua maioria.
Sua colaboração facilitou o caminho para aqueles verdadeiramente treinados na arte da guerrilha urbana, manejando armas e promovendo atentados terroristas, tal como a FARC fez no último dia 20, ao detonar um carro-bomba numa escola e arrasar um quarteirão inteiro na Colômbia.
Após atentado das Farc, presidente da Colômbia reforça intenção de legalizar drogas (assista)
Vossa Excelência e seus pares adotam uma fala serena, enquanto as mãos estão sujas de sangue por terem possibilitado o narcoterrorismo latino-americano, com o financiamento vindo do Brasil. O genocídio será incalculável e ficará cravado na biografia de cada general que se conluiu com essa atrocidade.
“O povo pensava que estávamos cercando as praças para protegê-las, e foram dormir. No dia seguinte, prendemos mais de mil pessoas.” – General Gustavo Henrique Dutra de Menezes
Foi assim que ele se referiu ao povo que implorava por socorro, rotulando-os como terroristas, mais perigosos do que guerrilheiros e terroristas comunistas, como como MST treinado pela FARC, que assaltam bancos, sequestram e matam tanto policiais quanto civis, além de perpetrarem atentados terroristas de fato.
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“Mourão: um generalzinho aposentado que contribuiu para entregar o país a uma narcoditadura”
A pergunta que fica é a seguinte: pretendem realmente equiparar esses eventos com idosos que oravam pacificamente, pessoas que não saíram do acampamento ou sequer estavam em Brasília no dia 8 de janeiro?!
Mesmo que estivessem lá e, imaginando que tenham causado algum dano, não seriam meros vidros e móveis que destituíram um governo, isso é absurdo. O silêncio da maioria, independentemente da orientação ideológica, é ensurdecedor.
Quando Vossa Excelência criticou o silêncio de autoridades e os acampamentos, não me lembro de vê-lo se manifestar de forma contrária antes de 31/12/22, quando citou o silêncio de “algumas autoridades”.
Pelo contrário, como veremos mais adiante, foi um dos diversos generais da ativa e da reserva que fizeram questão de suprir a esperança com discursos inflamados como: “o ladrão não sobe a rampa” e vídeos estrategicamente vazados. Mas esses não serão punidos, apenas aqueles que ousaram ser fiéis ao Bolsonaro, esses terão todo rigor da “lei”.
“A intervenção militar será legítima e justificável, mesmo sem amparo legal, caso o agravamento da crise política, econômica, social e moral resulte na falência dos Poderes da União, seguida de grave instabilidade institucional com risco de guerra civil, ruptura da unidade política, quebra do regime democrático e perda de soberania pelo Estado”
General Luiz Eduardo Rocha Paiva
Para concluir minha modesta opinião sobre o “Braço forte e mão amiga”, deixarei o decoro de lado. As Forças Armadas foram 100% responsáveis por atrair as pessoas em direção aos quartéis, como fica claro no vídeo do General Mourão que verão logo abaixo, e há dezenas com narrativas semelhantes, levando o povo como insetos são levados em direção ao farol de um carro sem saber que é o fim, em um momento de desespero e fragilidade emocional.
Muitos, ingenuamente, acreditaram que o “Exército de Caxias” (particularmente vejo mais como o Exército de Getúlio) era leal à democracia. Estou usando a palavra democracia, pois percebi que gosta de usá-la, Mourão. O Senhor mesmo fez o povo acreditar que garantiriam a legitimidade das urnas e, caso não houvesse, “iriam criar caso”.
Quando a legitimidade não se concretizou, o alto comando enviou uma mensagem dizendo: ‘Olha, não deu para ver direito’, ‘provavelmente tem coisa errada’, ‘não tivemos acesso onde precisaríamos ter’, ‘mas existem fortes indícios de irregularidade’, ‘foi mal.’
E como previamente calculado, automaticamente fez com que cada vez mais pessoas, sem ter a quem recorrer, fossem clamar por justiça e transparência nos QGs. Afinal, tinham garantido as eleições usando o nome do exército de Caxias.
O ponto é que sabiam que sem essa garantia o Brasil teria colapsado em 2022. Havia muita gente nas ruas e não se controla tanta gente assim, não sem operações psicológicas, sem isso, o Brasil teria colapsado em 2022. Sabiam que a população não participaria do joguinho de cartas marcadas.
Manter as pessoas na frente dos quartéis com a ilusão de que algo seria feito foi uma ótima maneira de desmobilização social, e o 8 de janeiro fechou a porta com chave de ouro, o medo acabou com a possibilidade de grandes mobilizações sociais!
A maioria das pessoas não sabe, mas vocês gastam uma fortuna do nosso dinheiro para fazer as mais diversas pesquisas e estão dentro das principais redações, sendo de longe o melhor agente de manipulação e termômetro social, como mostro no artigo, O segredos por trás das PSYOPS.
“Conquiste corações e mentes e almas te seguirão”.
O segredo por trás das PSYOP – as Operações Psicológicas do Exército Brasileiro
O Brasil esteve por um fio de se livrar do bolivarianismo, ou melhor, por um general ou outro de ser livre.
Tenho a consciência de que escrever isso não trará nenhum efeito prático, mas ao menos garante que a curta memória de alguns não deturpe a história. Covardes precisam ser lembrados como tal. Não podemos permitir que o tempo deixe a história mal contada.
Sem mais