Brasil Contra Fake tem dedicado total espaço a combater notícias que questionem sequelas causadas por vacinas covid-19
O site Brasil Contra Fake – projeto de Lula para defender ações de seu governo – tem dedicado quase todo o seu espaço a desmentir, principalmente, notícias ligadas à sua administração (com destaque para a vacinação contra a covid-19), além de defender as empresas fabricantes dos imunizantes.
Em uma das checagem de fatos publicadas no portal, o Ministério da Saúde afirma que “não houve mortes por miocardite decorrente à aplicação dos imunizantes nos últimos três anos”. A informação tende a ser superficial, segundo estudos norte-americanos.
Diz o site:
“De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, foram administradas 510.573.962 doses de vacinas contra a Covid-19 até 31 de dezembro de 2022. Nesse período, foram notificados 154 casos de miocardite ocorridos após aplicação da vacina. Esses casos foram constatados seguindo os critérios da Brighton Collaboration, uma organização dedicada à segurança em vacinas. Um detalhe muito importante é que a taxa de miocardite entre doentes de Covid-19 é de 30 casos por milhão para a população em geral. Ou seja: quando alguém não toma a vacina, essa pessoa fica muito mais exposta a esse problema de saúde”.
Brasil Contra Fake fica na defensiva
Apesar da defesa oferecida pelo Brasil Contra Fake, uma matéria jornalística divulgada no ano passado chama atenção para o aumento de mortes por infarto durante a pandemia entre pessoas jovens.
Em 27 de fevereiro, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem indicando o crescimento de óbitos em virtude de infarto no miocárdio entre 2019 e 2021.
O levantamento, até então inédito, foi executado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, a partir dos dados do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais.
O relatório apontou 161 mortes por esta causa em 2021, na faixa das pessoas de 20 a 29 anos, contra 132, em 2020, e 131, em 2019, representando crescimento de 22%.
A linha temporal pesquisada coincide com a pandemia de covid-19 e início de vacinação.
Outros detalhes revelados pela reportagem da Folha indicaram alta de 27% nos óbitos por infarto, entre mulheres de 30 a 39 anos em relação a 2020 (638 contra 494). Já entre 40 e 49 anos, o salto foi de 25,3% (2.050 mortes contra 1.636).
Não há afirmações sobre a causa de cada infarto entre o grupo etário.
Entretanto, um estudo publicado pela Associação Americana do Coração (AHA) destaca a seguinte observação:
“Miocardite é mais comum após síndromes respiratórias causadas pela infecção causada por covid-19 do que pela vacinação. Entretanto, os riscos gerados em pessoas mais jovens após doses repetidas ainda é incerto.”, apontou o órgão.