Bolsonaro, por meio de sua defesa, emitiu comunicado oficial repudiando a tentativa da PGR de investigar seus seguidores nas redes sociais. O ex-presidente disse ainda já ter esclarecido todos os detalhes sobre a postagem de um vídeo após o 8 de janeiro em depoimento à PF
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou pela primeira vez nesta terça-feira (18) sobre o “estranho” pedido do subprocurador da Procuradoria-Geral da República (PGR), Carlos Frederico Santos ao Supremo Tribunal Federal. A PGR quer saber se Bolsonaro cometeu crimes, ao postar um vídeo que o próprio ex-presidente deletou instantes depois em suas redes após o 8 de janeiro.
O advogado do ex-presidente, Paulo da Cunha Bueno, disse que exigir a lista completa de seus seguidores nas redes sociais “causa preocupação a respeito da liberdade de pensamento e opinião”.
Na solicitação feita pela PGR, Carlos Frederico Santos quer saber os detalhes sobre cada um dos fãs de Bolsonaro inscritos em Facebook, Twitter, TikTok, Instagram, YouTube e até mesmo o Linkedin – que é um perfil profissional, a interessados em vagas de emprego.
Em resposta, a defesa do presidente de honra do Partido Liberal destacou que ele já havia prestado depoimento à Polícia Federal sobre o caso que investiga críticas ao processo eleitoral. Além disso, o advogado Paulo da Cunha Bueno afirmou que esse tipo de investigação “seria uma tentativa de monitoramento dos seguidores do ex-presidente”.
Bolsonaro explica o caso, por meio de nota oficial
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro reitera que este jamais incitou, induziu ou teve participação em quaisquer dos atos havidos na Praça dos Três Poderes, no dia 08/01, em relação aos quais fez e faz questão de posicionar-se de forma discordante.
Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião, que se pretenda requerer aos servidores provedores de redes sociais o envio da lista completa e respectivos dados de identificação de todos os seus seguidores em redes sociais.
Tal informação não guarda qualquer conexão lógica com o fato em apuração — sobre o qual o Presidente já prestou declarações, esclarecendo todas as circunstâncias —, tratando-se de inaceitável e absurda tentativa de monitoramento político.”