Bolsonaro voltou a se manifestar sobre os recentes acontecimentos que o deixaram inelegível por 8 anos, após ‘julgamento’ no TSE. Em entrevista ao Pânico, da Jovem Pan, o ex-presidente ainda se diz confiante em poder disputar as eleições em 2026 e garante não ter medo de ser preso. “Sob qual acusação” – questionou Bolsonaro
Apesar de condenado a ficar 8 anos fora da disputa política pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda acredita em uma reviravolta. A declaração aconteceu nesta segunda-feira (3) durante o programa “Pânico” da Jovem Pan. Até o momento da edição desta matéria (1h30 depois do fim da entrevista), o programa gravado já registrava quase 800 mil visualizações.
Questionado sobre qual candidato ele apoiaria nas eleições presidenciais de 2026, por estar fora de combate, Bolsonaro respondeu de forma descontraída.
“Ainda é o Johnny Bravo por enquanto”, brincou, fazendo trocadilho com as iniciais do personagem do Cartoon Network.
“Eu não vou dar conselho para ninguém. Mas aprendi que com uma informação você saber como utilizá-la. Esse assunto é de grande importância, não para mim. Mas para o Brasil – eu posos estar fora de combate”.
Durante aproximadamente 1h30, Jair Bolsonaro ainda abordou diversos temas. Desde a economia no governo Lula, até sobre o inquérito – hoje sigiloso – sobre eventuais invasões hackers nas urnas eletrônicas em 2018 – um dos motivos, aliás, o qual levou o TSE e sacramentar sua inelegibilidade na sexta-feira (30).
Bolsonaro adianta: Lula quer “meter a mão no bolso do povo”
“Os bons resultados que ainda acontecem na economia são de nosso governo”, relembrou o ex-presidente. “O governo agora quer um novo imposto digital (se referindo ao pix na Caixa Econômica, cancelado por Lula após divulgação) – que é uma CPMF camuflada. Ele quer meter a mão no bolso do povo”, afirmou.
O tema 8 de Janeiro – incluindo a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes – não ficou fora da pauta. Bolsonaro não se esquivou, e disse que a direita não ganhou nada com os ataques, agora investigados na CPMI.
Sobre o 8 de Janeiro: Quem ganhou com a depredação dos prédios públicos? Eu não ganhei”
“Não houve uma figura central no 8 de janeiro, a baderna, o quebra-quebra, não foi o pessoal que estava acampado”, ressaltou Bolsonaro. “Palavra do atual ministro da Defesa, José Múcio.
Tivemos muita sorte com a divulgação das imagens (pela CNN, em 19/4) onde o general G. Dias passeia onde estavam deprendando os prédios públicos. E quem ganhou com isso? Eu não ganhei. A direita não ganhou absolutamente nada. Quem ganhou? O Lula, que posou de grande democrata”, analisou.
“Estamos unidos. Eu vou ser preso? Sob qual acusação? Vamos continuar lutando”, afirmou Bolsonaro, ao ser pergunta se temia ser preso em decorrência aos eventos do 8 de Janeiro.
“O sr. Alexandre de Moraes poderia tirar o sigilo do inquérito para que todos da imprensa saibam”
Perto do final da entrevista no “Pânico”, após o apresentador Emilio Surita iniciar as despedidas, Bolsonaro pediu a palavra para comentar sobre o voto final de seu julgamento no TSE, dado pelo presidente da corte, Alexandre de Moraes. O ex-presidente confessou ter se aborrecido com os comentários do ministro, que o acusou de mentir sobre um inquérito aberto pela ministra Rosa Weber referente às eleições de 2018.
“Por ocasião da votação que perdi por 5 a 2, o último voto foi do Alexandre de Moraes que me chamou diversas vezes de mentiroso. E isso dói no coração. As frases que ele leu eu tirei de um inquérito feito pela PF em 2018”, esclareceu Bolsonaro.
“Quando acabou o segundo turno das eleições, veio um documento para mim dizendo que houve fraude nas eleições de 2018. A presidente do TSE, Rosa Weber, abriu um inquérito e o TSE assinou em baixo o que aconteceu lá dentro. E eu, ao divulgar isso, o TSE disse que eu divulguei algo confidencial. E isso é mentira.
O delegado do inquérito confirmou que não era sigiloso. Depois que eu divulguei, passou a ser sigiloso. Se nada se tem a esconder no TSE – já que sou carta fora do baralho – o sr. Alexandre de Moraes poderia tirar o sigilo do inquérito para que todos da imprensa saibam. Eu já adianto: é inacreditável”, desabafou.