BNDES diz que dinheiro chinês chega porque Brasil voltou “a ser protagonista” nos últimos três meses de governo Lula
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) receberá US$ 1,3 bilhão em empréstimos (cerca de R$ 6,4 bilhões) do China Development Bank (CDB). O anúncio foi divulgado pelo banco de fomento brasileiro no sábado (15).
De acordo com a instituição, o acordo foi dividido em duas partes. US$ 800 milhões para investimentos de longo prazo e US$ 500 milhões para aplicações de curto prazo.
“Esse acordo com o CDB é resultado da volta do protagonismo do Brasil no mundo. Um país respeitado internacionalmente abre mais oportunidades de captação e de diversificação das fontes de recursos para o BNDES, gerando, futuramente, mais emprego e mais renda em nosso país”, declarou o presidente do Banco, Aloizio Mercadante, alfinetando a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
BNDES se compromete com China – país que mais polui no mundo – a respeitar o meio ambiente
Segundo Aloízio Mercadante, a linha de crédito de longo prazo terá como foco o financiamento de projetos de infraestrutura, energia, manufatura, petróleo e gás, agricultura, mineração, e saneamento.
Embora a China seja o país que mais poluí o meio ambiente, – segundo matéria do Washington Post – o acordo firmado com o Brasil prevê o cumprimento de uma agenda ASG (ambiental, social de governança), que inclui preocupação com “mudança climática e desenvolvimento verde”, além de “prevenção a epidemias”.
“Investimentos de longo prazo costumam ser um gargalo para o desenvolvimento do país e por isso a ideia é que a maior parte dos recursos tenham esse foco”, destacou Mercadante.
O BNDES ainda destacou que a linha de crédito em curto prazo, compreendendo intervalo de 3 anos, será utilizado como parte do orçamento de investimentos do BNDES, podendo apoiar operações que promovam o comércio bilateral entre China e Brasil.
De acordo com o banco, os clientes a serem financiados serão empresas privadas e também órgãos públicos.
“A China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil e lidera o fluxo de investimentos estrangeiros diretos no país. Queremos aprofundar nossas relações do ponto de vista do financiamento, com vistas a acelerar os investimentos em setores estratégicos como transição energética, mobilidade urbana e infraestrutura”, complementou Aloízio Mercadante
Apesar de pedir emprestado para a China, o BNDES encerrou seu ano de fiscal com lucro líquido de R$ 41,7 bilhões, de acordo com prestação de contas divulgada pela própria instituição.
Além de ter fechado no azul durante a gestão de Jair Bolsonaro, o BNDES ainda tem muitos recursos oriundos de empréstimos a receber. Somente Cuba e Venezuela deviam cerca de R$ 4,6 bilhões aos cofres da instituição em janeiro deste ano.