Associação Brasileira de Supermercados, presidida por João Carlos Galassi, alertou que a proposta de emenda à constituição (PEC) que prevê alterar o sistema de impostos irá atingir em cheio as classes mais baixas. A oneração afetaria diretamente itens da cesta mais básica, que ficará em média 60% mais cara
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Carlos Galassi, se manifestou sobre a intenção do governo Lula em aprovar uma reforma tributária que não isenta o brasileiro mais pobre.
Segundo Galassi, o texto que Arthur Lira (PP-AL) está correndo para aprovar na Câmara, ao menos em primeiro turno, até esta sexta-feira (7) deixa de fora os itens básicos que compõe a atual cesta básica. “A reforma em discussão no Congresso não pode prejudicar justamente os consumidores que mais serão impactados em caso de aumento da tributação de itens da cesta básica”, apontou.
“A ABRAS considera o tema uma necessidade de primeira ordem que precisa ser analisada de forma mais aprofundada nos debates sobre o sistema tributário brasileiro”, completou o dirigente.
Associação promete oferecer sugestões para melhorar o texto defendido por Lula e Haddad
O presidente da associação ainda confirmou que um grupo de trabalho da ABRAS está neste momento “analisando detalhadamente o texto apresentado na quinta-feira passada ao Congresso Nacional” e em breve dará uma posição sobre os aspectos da reforma.
“A partir deste trabalho, a ABRAS também irá elaborar sugestões e propor melhorias ao projeto a serem apresentadas aos parlamentares por meio de emendas substitutivas”, concluiu Galassi.
De acordo com cálculos da ABRAS, os impostos sobre os produtos da cesta básica vão aumentar, em média, 60% no país. As regiões Sul e Centro-Oeste serão as mais afetadas, com reajustes de 93,5%, e 69,3%, respectivamente.