Na segunda entrevista da série sobre a política desarmamentista de Lula, o Paradoxo BR conversou com ex-comandante da Rota de São Paulo, Coronel Alberto Sardilli
Logo nos primeiros dias como ministro do governo Lula, Flávio Dino acusou o governo Bolsonaro e os CACs de fornecerem armas para o crime organizado.
“A nossa política é ampla. Ela não passa para combater mais uma dessas interdições que a extrema direita quer criar. Por nenhum tipo de concessão ao crime organizado. Quem ajudou o crime organizado no Brasil foi quem fez uma política criminosa de liberação de armas no país para fortalecer as quadrilhas e facções”, afirmou Dino.
O ex-comandante da Rota, Coronel Alberto Malfi Sardilli, afirma que não há provas materiais e consistentes sobre tal acusação.
“Não há casos práticos e emblemáticos que justificariam a fala de Dino”, afirmou Sardilli, em entrevista ao Paradoxo BR.
“Não podemos falar que não houve uma exceção, mas a mudança tem caráter nítido de perseguição ideológica – pelo apoio que essa categoria (CACs) dava ao então presidente Bolsonaro. Basta fazer um paralelo. Os carros ocasionam mais de 30 mil mortes por ano no trânsito brasileiro. Isso seria suficiente para proibirmos o uso de veículos se estivéssemos dentro da mesma lógica”, pondera o representante da Polícia Militar paulista.
“É importante lembrar que CACs devem apresentar uma extensa documentação para estarem em condições de adquirirem armamentos e munições, não sendo assim, algo popular e simples”, aponta Sardilli.
Outro problema que deve afetar diretamente a economia brasileira se refere à proibição do uso de clubes de tiro para civis, exceto para CACs. Ao ser questionado se a proibição pode ter ocorrido após análise profunda do tema, Alberto Sadilli se mostra cético.
“Desconheço haver base de estudo para tal proibição”, afirma Sardilli. “O impacto econômico não seria algo que não tivesse sido pensado. Faz parte da desidratação desse grupo de pessoas, onde, sabidamente, quanto mais dificuldades se impuser, maiores as chances de desistência”, garante o ex-comandante da Rota.
Leia a primeira entrevista sobre os CACs AQUI. Confira amanhã a terceira e última parte da série no Paradoxo BR