Argentina deve passar de 91% a 97% ao ano sua taxa básica de juros. Outras medidas preveem alterar o mercado de câmbio
O governo argentino se prepara para subir mais uma vez a taxa básica anual de juros. A informação foi divulgada no domingo (14) pelo periódico local Clarin, que justificou a alteração em razão da inflação mensal ter atingido 8,4% em abril. O anúncio deverá acontecer nesta segunda-feira (15)
De acordo com informações de bastidores, além de aumentar de 91% para 97% a taxa equivalente à Selic brasileira, o Banco Central também irá intervir no mercado de câmbio. A medida, segundo o jornalista Juan Manuel Barca, servirá para conter a demanda por dólares.
O governo brasileiro, incluindo o próprio ‘presidente’ Lula, tem sido um dos mais fortes críticos da manutenção da Selic em 13,87%. Em contrapartida, Lula chegou a elogiar o desempenho da economia da Argentina em sua visita ao país em janeiro.
“A Argentina terminou o ano de 2022 numa situação privilegiada”, apontou Lula. “Não apenas na economia, na política, mas no futebol. Pela 1ª vez, torci para a Argentina ser campeã do mundo porque eu achava que o Messi não poderia terminar a carreira dele sem ser campeão do mundo. Foi. Está bom. Chega. Agora tem que ser a vez do Brasil”, comparou.
O presidente argentino tem atuado de forma semelhante. Sobre a disparada do dólar, Alberto Fernández escolheu culpar “a direita”.
“É uma prática permanente da direita argentina”, afirmou Fernández em coletiva de imprensa. Segundo o mandatário, a oposição atuaria como um especulador no mercado.
“(Eles) espalham rumores pela manhã, operam durante todo o dia e, quando a tarde termina, retiram sua rentabilidade do mercado de câmbio e, assim, prejudicam as economias da maioria dos argentinos”, acusou.