Apoiador Luciano Hang e aliado de Bolsonaro, Nikolas Fereira, são “extirpados” em curta-metragem feito por humorista. Confira o histórico de ataques disfarçados de obras artísticas e liberdade de imprensa
Os ataques disseminados contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores não terminaram com o fim de seu mandato. Os incontáveis discursos de Lula em que ele chama o ex-presidente de “fascista” e “nazista”, além da promessa de “extirpar” opositores têm proliferado a internet com agressões.
No curta-metragem “Antipatriotas”, do “humorista” Thiago Santinelli, o empresário Luciano Hang e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) aparecem como as mais novas vítimas da intolerância.
Antes de ser morto na “representação artística”, Hang (interpretado por um ator) é obrigado a ajoelhar no estrume de vaga, antes das falas de Santinelli. “Nosso negócio é descer a porrada na cabeça de patriota.”
Já o interprete de Nikolas Ferreira é o próximo a se tornar vítima de seu carrasco, em uma imitação do longa “Bastardos Inglórios”. Trajado como “Nikole” (sátira feita pelo próprio parlamentar no dia internacional da Mulher contra a perda de espaço feminino na sociedade), ele é apanhado pela peruca e marcado com um ferro quente na testa.
Chamado por opositores como “liberdade de expressão” ou “liberdade artística”, o discurso de ódio propagado em diversas mídias nunca foi punido exemplarmente. Confira alguns exemplos.
Colunista da Folha deseja que “Bolsonaro morra”
Publicada pela Folha de S. Paulo em 7/7/2020, a crônica de Hélio Schwartsman batizada “Por que torço para que Bolsonaro morra” foi usada como exemplo de “sacrifício” ao qual o então presidente deveria se submenter. O motivo, segundo Schwartsman, teria sido a culpa de Bolsonaro pelas mortes de covid-19.
“A vida de Bolsonaro, como a de qualquer indivíduo, tem valor e sua perda seria lamentável. Mas, como no consequencialismo todas as vidas valem rigorosamente o mesmo, a morte do presidente torna-se filosoficamente defensável, se estivermos seguros de que acarretará um número maior de vidas preservadas. Estamos?”, pontuou o articulista.
“Facada Fest” pinta Bolsonaro como nazista
Em 2019, O festival de música punk paraense, Facada Fest, promoveu seu evento com pôsteres retratando o então presidente Jair Bolsonaro como um nazista e autor de queimadas deliberadas na Amazônia.
Dois anos mais tarde, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra os autores da “arte” por injúria e apologia ao crime. A atitude dos divulgadores chegou a ser defendida pela Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) que chamou o processo de “censura”.
“Há dois anos, o Facada Fest, festival paraense de rock, vem travando uma longa disputa na justiça pela preservação do direito a manifestação e contra os ataques do governo Bolsonaro à cultura”, escreveu a organização.
Cabeça de Bolsonaro vira bola de futebol em vídeo
Já em 15/9/2020 foi a vez de outro coletivo artístico usar do humor para justificar um discurso agressivo. O projeto FreedomKick do grupo Indecline produziu um vídeo onde jogadores de “futebol” chutam uma escultura que representa a cabeça de Bolsonaro. O registro ainda mostra ataques contra Donald Trump e Vladimir Putin.