Alexandre de Moraes chamou Hang de “Patético” e ridicularizou os trajes do empresário catarinense durante o desfile de 7 de Setembro de 22
Nesta quarta-feira (31), o Tribunal Superior Eleitoral decidiu condenar pela segunda vez o ex-presidente Jair Bolsonaro a uma pena de 8 anos em poder disputar eleições. A pena foi pior do que o processo de impeachment sofrido por Dilma Rousseff, que ainda contou com o aval do Supremo Tribunal Federal para concorrer ao senado em 2019.
O placar de 5 a 2 contra a chapa Bolsonaro/Braga Netto, entretanto, não aumentou a pena do ex-mandatário. Apenas ratificou sua inelegibilidade, além de tirar das eleições municipais um forte candidato à prefeitura
Além da perseguição à direita, o que chamou mais a atenção durante o julgamento foram as palavras do presidente da corte, Alexandre de Moraes. Classificando a cena como “patética”, |Moraes justificou seu voto pela cassação ridicularizando a presença do empresário Luciano Hang no desfile de 7 de setembro de 2022.
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Advogados comentam sobre tom ofensivo usado por Alexandre de Moraes
Na opinião do advogado e consultor jurídico, Levi de Andrade, o tom usado pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, no julgamento da chapa Bolsonaro/Braga Neto não foi necessariamente agressivo. Contudo, o tom de desprezo o qual Moraes se refere ao empresário Luciano Hang, proprietário das lojas Havan, poderia, sim, levar o caso à justiça comum.
“Em relação ao dono da Havan, até acredito. Chamar de “cabo eleitoral” no tom que ele disse, aparenta ser pejorativo.. O “verde periquito” usado para descrever suas roupas, mais ainda. Não que elas sejam palavras pejorativas. Mas a forma como ele disse foi para desmerecê-lo pessoalmente. Agora, cabe ao Luciano Hang ter o interesse de entrar na justiça”, explica.
Por sua vez, o advogado Cláudio Luís Caivano não acredita que há elementos suficientes para tanto. Apesar disso, o jurista entende que o vocabulário usado por Moraes não cabe num julgamento tão importante, que culminou com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e seu então vice nas eleições, general Braga Netto.
“A começar, que a presença de Luciano Hang não representa qualquer irregularidade na cerimônia do 7 de setembro”, destaca Caivano. “Segundo, que não é crime levar um apoiador em um desfile cívico. Não compromete o processo eleitoral de forma alguma. Além do mais, não houve pedido de votos”, conclui.