Agatha Christie é o novo alvo da “censura do bem“. Depois de James Bond de Ian Fleming e de livros como “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de Roland Dahl, as obras de mistério da autora inglesa (1890-1976) foram revisadas e editadas para “eliminar casos de linguagem potencialmente ofensiva”.
Segundo a editora Harper Collings, as mudanças valerão para as versões digitais de livros clássicos como “Morte No Nilo”, “Assassinato no Expresso Oriente” e “Cai o Pano”.
No caso de “Morte No Nilo”, por exemplo, a referência ao “povo núbio” foi totalmente removida.
Já um monólogo do detetive belga Hercule Poirot (protagonista da maioria das histórias de Christie) em “O Misterioso Caso de Styles”, onde ele menciona um dos personagens como “um judeu”, foi excluída da nova edição do livro. No mesmo livro, uma mulher apontada como ” jovem cigana” foi apenas descrita como jovem.
Agatha Christie: vocabulário censurado
Os editores da Harper Collins também decidiram substituir palavras consideradas “ofensivas” distribuídas pelas 80 publicações de Agatha Christie.
Todos os textos com o termo “oriental” foram apagados. Em uma passagem onde um criado é revelado pela escritora como “negro e sorridente”, a opção foi eliminar totalmente a descrição, apontando que ele apenas “balançava sua cabeça concordando”.
Apelidada de a “Rainha do Crime”, por seus contos envolvendo casos de assassinato, todos pontuados por suspense e mistério, é uma das autoras mais lidas de todos os tempos, com mais de 300 milhões de livros vendidos desde os anos 1930.
Dois de seus mais famosos livros ganharam versões cinematográficas recentes: “Assassinato no Expresso Oriente”, com Daisy Ridley (2018) e “Morte no Nilo” (2022), estrelado por Gal Gadot (foto)
