Advogados de réus do 8 de janeiro – agora condenados pelo STF – peitam ministros e apontam supostas falhas nos processos
Depois da já famosa frase do ex-desembargador Sebastião Coelho, que ousou apontar que os ministros do Supremo Tribunal Federal seriam atualmente “os mais odiados do Brasil, o julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro voltou a apresentar cenas desconfortáveis para os integrantes do Judiciário.
O depoimento mais contundente foi da advogada Larissa Cláudia Lopes de Araújo, defensora de Matheus Lima de Carvalho Lázaro, que acabou condenado a 17 anos de prisão em regime fechado.
Entre outras reivindicações, Larissa reclamou de ter sido ignorada ao cumprimentar o ministro Alexandre de Morais. Durante sua exposição, Larissa chorou, alegando “desrespeito da corte à profissão”, e ainda afirmou o que a maioria da opinião pública desconfia: que todas as sentenças sobre o 8 de Janeiro já estariam praticamente decididas pelo STF.
“Senhores, me desculpe por querer chorar, mas nós não somos os réus desse processo. Somos só advogados. Não fui eu que cometi o crime”, lamentou.
“Vi advogados serem humilhados, talvez por isso eu esteja com um pouco de medo, aqui nessa tribuna. A OAB nunca se manifestou para defender a gente. O meu choro aqui não é por partido. É pelo meu trabalho que é tão desvalorizado que eu nem sei para quem eu estou falando aqui se ninguém irá me ouvir. Provavelmente, as sentenças já estão prontas”, completou a defensora.
Advogado aponta erros no julgamento dos réus do 8 de Janeiro
Já Hery Waldir Kattwinkel Junior foi mais agressivo. Durante o trabalho em defesa de Thiago de Assis Mattar (também condenado, mas a 14 anos de prisão), Kattwinkel acusou Alexandre de Moraes de exercer o papel de “acusador” em um processo em que ele deveria julgar.
“É impressionante, com a devida vênia eu peço, eu vejo o ministro Alexandre de Moraes inverte o papel de julgador aqui nessa Suprema Corte. Ele passa de julgador a acusador. É um misto de raiva com rancor, com pitadas de ódio, quando se fala dos patriotas, que são aqueles amam seu país”, atacou.
Alexandre de Moraes rebateu a tese do advogado e ainda o chamou de “medíocre”.
“É patético e medíocre que um advogado suba à tribuna do Supremo Tribunal Federal com um discurso de ódio, um discurso para postar depois nas redes sociais, que veio aqui agredir o Supremo Tribunal Federal, talvez pretendendo ser vereador do seu município no ano que vem”, ressaltou.