Wajngarten diz não poder garantir que o conteúdo dos depoimentos sobre Bolsonaro é verdadeiro
O advogado e assessor de comunicação de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que ainda não tem uma opinião formada sobre os áudios do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, divulgados pela revista Veja. Wajngarten disse que não há como definir se os arquivos foram vazados de forma proposital, mas considera o conteúdo “gravíssimo”, caso as acusações de coação sejam verdadeiras.
“Confesso que fui surpreendido e ainda não tenho opinião formada, nem juízo de valor, diante de tantas possibilidades que podem ter ocorrido”, comentou Fabio Wajngarten na rede X.
“Ao longo da semana a própria imprensa já vinha retratando uma possível discrepância entre o que o Cid falava versus o que estava no papel. Isso é gravíssimo. O levantamento do sigilo das gravações dos depoimentos dele, na íntegra, poderá dirimir potenciais dúvidas e dará a transparência necessária para a elucidação de parte dos fatos”, ressaltou o advogado.
Desde a publicação da matéria da revista @VEJA sobre um potencial jogo duplo do Tenente Coronel Mauro Cid meu telefone derreteu de tantas chamadas. Confesso que fui surpreendido e ainda não tenho opinião formada, nem juízo de valor, diante de tantas possibilidades que podem ter…
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 22, 2024
PF teria coagido Mauro Cid a construir narrativa contra Bolsonaro
Divulgados no final da noite de quinta-feira (21), os áudios com as declarações do tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, dão a entender que o antigo aliado foi obrigado pela Polícia Federal a declarar informações que corroboram com uma suposta tentativa de golpe militar.
“Eles (os policiais) queriam que eu falasse algo que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, afirmou Cid em um dos áudios.
“Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E todas as vezes eles falavam: – Você vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá.Só essa brincadeira são trinta anos para você”, ressaltou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.