Em depoimento à PF, Cid disse que Bolsonaro ordenou a impressão de carteiras de vacinação falsas com registros de vacina contra covid-19
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, quebrou o sigilo sobre o depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal, tenente-coronel Mauro Cid. No conteúdo divulgado pela PF nesta terça-feira (19), Cid afirma que Bolsonaro solicitou a ele que imprimisse comprovantes de vacinação contra a covid-19 para ele e sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos.
Após a decisão de divulgar as declarações, Alexandre de Moraes deu 15 dias para que a Procuradoria-geral da República se manifeste sobre o caso. A PGR poderá arquivar ou aceitar a denúncia contra o ex-presidente e mais 16 indivíduos – incluindo Mauro Cid.
Confira trechos do depoimento:
“QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha […]; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do ex presidente e sua filha […] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, ex presidente JAIR BOLSONARO e de sua filha, […];”
“QUE confirma que recebeu a ordem do ex-Presidente da República, JAIR BOLSONARO, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha […]; QUE esses certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente;”.
Bolsonaro foi indiciado pela PF por associação criminosa
Como Paradoxo BR mostrou, a Polícia Federal decidiu indiciar Jair Bolsonaro pelos crimes de inserção de dados falsos no sistema e associação criminosa. A acusação acontece 10 meses após a busca e apreensão feita em sua residência, em Brasília, em maio de 2023.