CPI do MST tenta mas consegue extrair pouco do líder da organização, João Pedro Stédile. Durante a sessão, petistas citaram até “joias de Bolsonaro” e “apagão no sistema elétrico”
A CPI que investiga as invasões de propriedades privadas ouviu nesta terça-feira (15) um dos personagens mais esperados: o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.
Durante as cerca de 4 horas de depoimentos, entretanto, nem mesmo o relator da comissão, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) conseguiu extrair alguma declaração significativa do cabeça da organização que leva terror ao homem do campo.
Ao contrário disso, os deputados governistas praticamente dominaram a sessão. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, conseguiu incluir na pauta os casos das joias presenteadas a Bolsonaro, além do apagão no sistema elétrico.
“Vocês que pregam moralidade tem de explicar. Inclusive o apagão que não só atingiu o Nordeste, mas também o sudeste”, apontou a deputada, citando a privatização da Eletrobras realizada no governo Bolsonaro.
CPI do MST: “Façam reforma agrária que o MST irá desaparecer”, diz Stédile
Perguntado sobre a participação do MSTna comitiva que viajou à China, Stédile ter ficado feliz, e detalhou seu envolvimento em reuniões ao lado de Lula com sindicatos chineses.
“Participamos de reuniões com Lula, com participações de sindicatos da China. Éramos uma boa bancada lá”, afirmou.
Interrompido por Salles, que questionou se existia uma versão do MST no país asiático, Stédile respondeu de forma direta.
“Não existe, porque houve uma reforma agrária lá em 1949. É só fazer uma reforma agrária que o MST desaparece”, afirmou.
Em outro momento, João Pedro Stédile negou saber do recebimento de recursos pelo CNPJ da Abrap – a Associação Brasil Popular, após Ricardo Salles detalhar informaçõe apreentadas em relatório da CGU (Controladoria Geral da União).
Stédile também desconversou sobre as ações violentas do MST nas fazendas e propriedades.
“É como culpar o Corinthians pelas ações violentas da torcida”, retrucou.